quinta-feira, março 29, 2007

O Dia das Crianças, enfim, chegou.


O Dia das Crianças, peça infantil que escrevi a pedido do grupo Os Satyros, estreou hoje no teatro do CEU Três Lagos. Eu nunca havia estado em um CEU antes. Eles ficam longe, ou melhor, longe da região central da cidade que a gente costuma frequentar, mas quando a gente chega lá, a viagem de uma hora, ou às vezes um pouco mais, vale a pena. Eles são imensos, limpos e com crianças, muitas crianças, por todos os lados, para onde quer que você olhe. Os teatros dos CEUs também são bárbaros: 450 lugares, quatro camarins, um palco imenso e ótimos recursos de iluminação. Para o elenco espetáculo, que havia ensaiado dois meses no palco bem mais modesto dos Satyros, estrear no palcão do CEU também deve ter tido gosto de férias.


Os atores estão ótimos - e é verdade mesmo! Esta cara de felicidade aí da foto não é pose, não. A direção do Ivam Cabral é de uma inventividade ímpar, e o figurino do Fabiano Machado e a produção visual do Laerte Késsimos comprovam o quanto os Satyros capricharam nesta sua primeira investida no universo infantil. Eles criaram uma embalagem mágica para contar a história de um reino no qual, em virtude de guerras, fomes e medo, as crianças pararam de nascer. A estréia teve um convidado de luxo: o governador José Serra. Ele prometeu que iria e foi mesmo. Serra passou a manhã em Brasília, aterrissou em Congonhas pouco antes das 15h e seguiu direto para o CEU Três Lagos, a tempo de ver o espetáculo desde o começo. No final, teve de distribuir autógrafos e posar para fotos ao lado de uma garotada muito animada. Antes de ir embora, chamou o Ivam Cabral num canto para dizer que tinha curtido muito o espetáculo. "Mas peça para que o elenco interaja mais com a garotada", disse o governador. "As crianças adoram ser chamadas para colaborar, a toda hora. Se elas perceberem que são essenciais para o espetáculo, o desafio de vocês está vencido". Serra entende de crianças: uma vez por semana, sejam quais forem seus compromissos, abandona tudo para dar aula em uma escola da periferia. Cada semana numa escola. Chega, pede licença ao professor, vai para a lousa e tasca lição na criançada. Nestas horas, deve se esquecer um pouco do que é ser governador. Acho que, no fundo, ele se diverte mais que os aluninhos.

2 comentários:

Barbara disse...

Roveri, eu fui, vi e adorei! Parabéns mesmo pelo texto e pela idéia! Os atores estão ótimos, figurinos, cenários, direção e o melhor de tudo: as crianças na platéia.

Só no blog disse...

Oi, Bárbara, que bom que você gostou do espetáculo. Os atores fazem com tanto carinho que isso fica evidente, não é?
E obrigado pela visita ao blog.
Beijo grande
roveri