Um grande amigo, na época em que era estagiário na Folha de S. Paulo, chegou ao prédio do jornal, na Alameda Barão de Limeira, tomou o elevador e viu, lá dentro, ao lado do painel de botões, um senhor idoso, de terno azul escuro e postura ereta. Não teve dúvidas.
- Oitavo, por favor.
O senhor, gentilmente, disse pois não e apertou o número oito.
Quando chegaram no andar desejado, meu amigo saiu do elevador satisfeito com a simpatia daquele ascensorista...
Na segunda-feira, quando a Folha de S. Paulo estampou em manchete a notícia da morte do publisher Octavio Frias de Oliveira, o dono do jornal, meu amigo levou um susto.
- Meu Deus - disse ele. - Mas era o velhinho que apertou o botão do elevador pra mim naquele dia. Eu nem sabia....
Li tudo que escreveram nestes últimos dias sobre a personalidade do seu Frias, como o chamavam. Clóvis Rossi, Marcelo Coelho, Gilberto Dimenstein e todos os grandes jornalistas da empresa - além do governador José Serra - ressaltaram a nobreza de caráter, a presteza e acima de tudo a humildade do seu Frias. Eram todos artigos comovidos e sinceros. Mas, como eu não tive o prazer de conhecer o seu Frias, entre todas as histórias contadas nos últimos dias sobre ele, a que eu mais gosto ainda é a do meu amigo estagiário.
quinta-feira, maio 03, 2007
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