quinta-feira, junho 14, 2007

Karen Carpenter... parece que foi only yesterday.


Quando eu tinha 14 anos e cursava o primeiro colegial, não se ouvia falar em anorexia e Karen Carpenter (na fotinha aí ao lado) ainda era viva. Talvez algumas pessoas hoje se perguntem: Karen quem? Ora, a vocalista dos Carpenters, caramba! Acho que no fundo todos os meninos daquela época tinham uma paixãozinha secreta pela Karen Carpenter - embora fosse mais bacana dizer que a gente curtia o Pink Floyd, os Rolling Stones e todo aquele pessoal que dizia fazer um tal de rock progressivo. Me lembro que meu irmão e uma amiga de colégio só queriam saber de ouvir o Supertramp. Mas no fundo eu sei que, às escondidas, a gente cantarolava emocionado aquelas canções românticas que ela gravou ao lado do irmão Richard. Do Richard eu nunca gostei muito - eu sempre achei que ele pegava carona no talento e no carisma da irmã. Afinal, para nós, os Carpenters eram, acima de tudo, a voz aveludada de Karen e suas baquetas que extraíam um som extremamente comportado da bateria. Uma mulher bateristanos anos 70! Que delícia de feminismo...

Não era muito legal gostar dos Carpenters. Naqueles anos, o mundo - ou pelo menos o mundo que eu conhecia - se dividia entre os mais saidinhos, que curtiam rock, e aqueles mais engajados, que só ouviam a MPB de protesto. Eu confesso, hoje de joelhos, que não entendia muito bem as canções do Chico Buarque e do Caetano Veloso, e ainda achava a voz da Elis Regina ardida e estridente demais - ainda mais se comparada com aquele pudim caseiro de leite condensado que era a voz da Karen Carpenter, a delícia das delícias. Depois a gente cresce, passa a entender melhor o Chico Buarque, e descobre numa bela madrugada de solidão que a Elis tinha a melhor voz do planeta. Mas não faz mal. Aquela fase dos Carpenters fica lá, guardadinha em algum lugar que, uma hora ou outra, a gente resolve visitar para ouvir Only Yesterday, Close to You e Please, Mr. Postman.

Estou ouvindo Karen Carpenter exatamente neste momento, depois de anos sem colocar um CD dos Carpenters para girar. E a batida boazinha do grupo me trouxe uma recordação, por coincidência daquele primeiro colegial. Nas aulas de inglês, uma vez por semana nós devíamos apresentar uma música para a classe toda. O trabalho consistia no seguinte: tínhamos de escolher uma canção em inglês, traduzi-la, distribuir a letra original e a tradução para os outros alunos e, vexame dos vexames, levar uma vitrolinha para tocar a tal música - enquanto todos cantávamos juntos. Quando chegou o dia da minha apresentação, escolhi uma das canções mais curtinhas dos Carpenters, For All We Know. A professora de inglês, cujo nome já me esqueci, elogiou a escolha, dizendo que a cantora tinha uma boa pronúncia (!) e que música era bem fácil de ser acompanhada.

Compartilho, com vocês, a letra de For All We Know... E, depois de tantos anos sem ouvir a canção, eu me pergunto: o que será que eu pensava na época para ter escolhido exatamente esta música? Não faço a mínima idéia, mas acho que já devia haver algum romantismo na minha vidinha de estudante adolescente...

FOR ALL WE KNOW

Love, look at the two of us
Strangers in many ways
We've got a lifetime to share
So much to say
And as we go
From day to day
I'll feel you close to me
But time alone will tell
Let's take a lifetime to say
"I knew you well"
For only time will tell us so
And love may grow
For all we know.

Love, look at the two of us
Strangers in many ways
Let's take a lifetime to say
"I knew you well"
For only time will tell us so
And love may grow
For all we know.

4 comentários:

Anônimo disse...

Sérgio querido,
eu também era fã da Karen Carpenter, entendo direitinho o que você está falando e tenho a mesma nostalgia daqueles discos e daquelas músicas.

beijos sintonizados,
Clara.

Unknown disse...

Fala Sergio, realmente a voz da Karen parecia com pudim de leite condensado com calda de açucar caramelizado. Já que voçe está nostálgico, que tal Jetho Tull, King Crinson, Pink Floyd ?

Abração.

Fransber

Só no blog disse...

Pô, queridão, não imaginava que eu fosse receber uma visita tão ilustre. Depois que escrevi aquele textinho eu fiquei pensando em todos estes nomes que você falou, e mais outros tantos. Até do Peter Frampton eu lembrei, acredita? Abração, cara.

Só no blog disse...

Clara, querida. É bom saber que a gente compartilhou uma trilha sonora parecida, né? Quem diria que os Carpenters fizeram parte da nossa história, né? Beijão