Talvez tenha sido a chuva que empurrou muita gente para os cinemas na tarde de quinta-feira. Tentei ver alguns dos filmes mais badalados da Mostra e não consegui: dei de cara com o aviso de ingressos esgotados em três vitrines de cinema. Faz parte da Mostra e de seu folclore. Inútil perder a paciência ou achar que o dia está jogado fora. É só abrir o guia e ver que, muito perto de você e dentro de no máximo meia hora, outro filme, talvez menos concorrido, está prestes a começar. E é sempre um convite para a aventura, para o desconhecido.
Foi assim que entrei na sessão de A Última Hora, documentário produzido e narrado por Leonardo DiCaprio sobre o aquecimento global e nossa permanência cada vez mais incerta neste planeta. Pensei duas vezes antes de entrar na sessão. Como eu já via visto Uma Verdade Inconveniente, documentário de Al Gore de tom apocalíptico, julguei que não precisava me deprimir de novo diante da idéia de que não haverá mais o Ártico dentro de alguns anos e que, também dentro de alguns anos, vai ser difícil apontar uma diferença entre a Amazônia e o Saara - será tudo um deserto só.
Mas entrei. E confesso que me surpreendi, pois A Última Hora é um documentário que está disposto a nos redimir. Em seus momentos finais, ao menos. Depois de passar três quartos do filme apontando a quantidade de besteiras que a humanidade já fez, alguns dos principais cientistas internacionais deram algumas receitas de como salvar o planeta enquanto ainda resta um pouquinho de tempo. Tudo, é claro, passa por uma decisão política: se realmente quisermos, haverá futuro e ele não será nada assustador.
Mas guardo duas frases que foram ditas no filme. Da primeira eu não me recordo o autor, mas ele diz mais ou menos assim: "Nunca teremos o bastante daquilo que não precisamos". E a segunda foi dita por Churchill: "Os americanos têm vocação para fazer a coisa certa. Depois, é claro, que eles já esgotaram todas as outras alternativas".
E aqui um conselho para os amigos atores, atrizes, diretores, escritores, gente de teatro, literatura, cinema e todas as demais pessoas bacanas e sensíveis: não percam, por nada neste mundo, o filme francês Atrizes, que está passando na Mostra. Juro que devolvo o dinheiro do ingresso se alguém não gostar.
sábado, outubro 27, 2007
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3 comentários:
Uau, adorei as dicas. Todas...
odiei o filme. e paguei inteira.
Guga, espero que você tenha ido durante a semana, que o ingresso é mais barato. Algo me diz que tirei de tirar este post do ar em nome das minhas finanças....
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