Faz um tempinho, fui visitar minha mãe e a encontrei muito nervosa. Uma prima dela havia tentado o suicídio pouco antes de eu chegar. Alguns parentes tinham acorrido à casa dela, a prima. Como eram vizinhas, estranhei a ausência de ambulância ou qualquer outro veículo de socorro na rua. Perguntei como estava a prima e minha mãe respondeu que ela já estava se recuperando.
Estranhei e pedi detalhes da história. Minha mãe contou que a prima, que estava enfrentando alguns quadros de depressão, tinha acordado especialmente triste naquela manhã. Mal saíra da cama. O marido dela foi trabalhar mas, por andar preocupado com o caso, resolveu dar uma passadinha em casa na hora do almoço. Encontrou a mulher desacordada, com uma garrafa de cerveja e um frasco de remédios, ambos vazios, em cima do criado-mudo. Assustado, ele chamou parentes e vizinhos e então começaram a reanimar a mulher. Em pouco tempo, ela acordou. Meio grogue, sem falar coisa com coisa. Deu um olhar de desprezo para toda aquela gente que enchia o quarto dela, virou de lado e voltou a dormir.
Só então o marido foi examinar o frasco de remédio que a mulher havia mandado goela abaixo. Era homeopatia. Ela tomou uma garrafa de cerveja com 30 bolinhas de açúcar. Ao ser acordada pelo marido, devia estar somente bêbada e feliz.
“E a senhora está tão nervosa por causa disso?”, perguntei. “É, desta vez foi homeopatia”, respondeu minha mãe. “Mas vá saber da próxima....”
sábado, julho 31, 2010
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3 comentários:
Dá um bom roteiro para cinema.
Acho um charme isso de tomar umas cápsulas, beber algo, e desmaiar... muita classe! De verdade!!!
Adorei muito. O conteúdo e o continente.
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