É uma historinha simples e verdadeira. E, por ser verdadeira, ela é estranhamente deliciosa. Almocei dia desses com um amigo psiquiatra, jovem profisssional muito talentoso que me exige um certo cuidado para não deixar que nossa amizade se transforme em terapia. O risco é grande. Ele me contou que, assim que terminou a residência médica, começou a dar plantão num manicômio na zona sul da cidade. Entre o grupo de internos sob sua responsabilidade, havia quatro que juravam ser Jesus Cristo. Eu sempre achei que Napoleão Bonaparte continuasse liderando este tipo de fantasia, mas ele me garantiu que não, o primeiro da lista, disparado, é Jesus Cristo.
Um dia apareceu um interno novo, que se recusava a falar e mantinha os braços dobrados e colados ao corpo, como se fossem duas asas. A família decidiu interná-lo porque fazia muito tempo que ele acreditava ser um galo. Repito, é uma história real. Fiel ao personagem que adotara, ele não abriu o bico durante a primeira consulta. Meu amigo médico, então, o encaminhou para o mesmo pavilhão onde viviam os quatro Jesus.
No final do dia, um dos Jesus o procurou em seu consultório, para reclamar do morador recém-chegado. "Eu vim falar em meu nome e em nome dos outros Jesus", disse o paciente. "Nós não queremos aquele galo no nosso pavilhão. Amanhã ele vai começar a cantar logo cedo e vai atrapalhar o nosso sono. O senhor por favor tire ele de lá".
Por falta de mais acomodações no manicômio, os quatro Jesus foram obrigados a aprender a conviver com o galo. E, ao que parece, foram felizes.
sábado, dezembro 08, 2007
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2 comentários:
Uau.
Que loucura!
MESMO!
Um beijo!
Tudo mentira! Esse médico é um monstro!!! ahahahahahahah
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