segunda-feira, setembro 07, 2009

Gurus

Leio hoje que o psicanalista e escritor Augusto Cury, autor de inúmeros best sellers, entre eles O Código da Inteligência, atualmente em terceiro lugar na lista dos mais vendidos na categoria "Autoajuda e Esoterismo" é o guru da senadora Marina Silva, provável candidata do PV à presidência da República. Confesso que nunca li um livro inteiro do Augusto Cury - um dia, enquanto esperava por um voo no aeroporto de Congonhas, entrei numa livraria e fiquei lendo capítulos esparsos de um de seus incontáveis títulos, agora não me recordo qual.

Pelo que me lembro da leitura, esta notícia me deu uma tristezinha. Sempre achei esta história de guru meio babaca. Eu penso que se a gente devesse seguir algum guru da área da literatura, esse alguém deveria ser um Philip Roth, um Ian McEwan, um Coetzee (isso para ficar entre os vivos, pois guru vivo deve funcionar melhor), um Paul Auster ou um Milton Hatoum, se fosse o caso de prestigiar um guru nacional. O problema é que eles talvez não aceitassem ser guru de ninguém - descrentes que parecem ser deste ramo de atividade....

Enfim. Se o assunto é religião, futebol e agora guru, a gente tem de respeitar todo mundo, né? Desde que a gente não precise ler nada dos gurus alheios, aí já seria pedir demais.

7 comentários:

fátima disse...

ele está na minha lista dos "não li e não gosto de jeito nenhum".

Beta disse...

hahahah, adorei!

tete.bezerra disse...

Tenho preconceito com esses gurus da auto-ajuda e assumo.Não os leio,embora respeito quem o faça.Geralmente quem gosta desse tipo de leitura são pessoas sem muito repertório literário,dessas que nunca leram um Machado de Assis por prazer e sim por obrigação escolar.

Só no blog disse...

Não sei se é preconceito meu também, mas eu ando direto de metrô e fico reparando no que as pessoas leem. E só dá autoajuda... nunca vi um Machado de Assis no metrô.

Mário Viana disse...

Sábado, eu subia a Rua Augusta rumo à Paulista e passei por todos aqueles emos, góticos e demais tribos jovens do Baixo Augusta... E, pra minha surpresa, ouvi um garoto, 18 anos no máximo, falando pro outro desse Cury com uma seriedade que me assustou. Deu uma pena.
Tudo bem, ler Machado, Aluízio ou Eça exige um certo vocabulário. Mas um Marcos Rey, um Garcia Roza, um Veríssimo... ô gente!

Anônimo disse...

Tb faço coro aos que dizem, "nunca li e não gosto". Assumo sem problema algum. haja paciência pra essas coisas.beijos, rachel

Rufus disse...

O que mais me incomoda não é o fato da autoajuda em si, mas a pose que muitos dos escritores desse ramo têm de "Superstar da literatura brasileira". Menos, por favor. Aliás, bem menos. Quase nada.

Como diria o filósofo, "Cada um no seu quadrado"...